DOROTÉO MOREIRA MACHADO
Natural de Lavras do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Sua primeira obra literária está sendo editada pela Editora "Quero-Quero" em Lavras do Sul [em meados dos anos 80 ]. Sua poesia "O Índio" fez parte da Antologia Poetas Brasileiros Hoje 1985, por ter recebido Menção Honrosa no IV Concurso Raimundo Corrêa de Poesia, RJ.
BRASIL LITERÁRIO. Coordenação Editorial: Maria Almeida. Capa: Maria Bastos. Rio de Janeiro: Crisalis Editora, 1985. 103 p.
13 x 20 cm ISBN 978-85-63464-11-8
Ex. bibl. Antonio Miranda. Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito, em 2021
V I O L Ã O
Chora, violão seresteiro!
Fazendo triste floreio,
Reponta num bordoneio
Uma milonga chorada,
Choram as coardas magoadas
Deste querido instrumento,
Minh´alma neste momento
Se encontra desesperada.
Tão triste meu peito chora
Juntinho de ti, violão!
O clamor do teu bordão
É demais sentimental.
Este momento é fatal
P´ra quem vive amargurado
Chorando o pranto magoado
No mais triste ritual.
O teu melodioso pranto
É tão triste... Tão dorido
Que me deixa entristecido
Fazendo eu chorar também;
Choramos a dor que tem
Neste pobre coração,
Pois somente tu, violão!
Parede me querer bem.
Me acompanha violão!
Com essa voz tão plangente,
Com essa voz tão plagente,
Que está te amargurando,
O teu peito está chorando
Por sentir a mesma dor,
Sentindo falta da amor
Morro triste soluçando.
Cada transporte que faço
Eu me sinto emocionado,
Transporto lá pro passado
O meu pobre pensamento,
Lembro que neste momento
Eu me encontro no abandono
Mesmo que traste sem dono
Abandonado ao relento.
Podes chorar, violão!
Que eu estou te acompanhando,
Meu peito está lamentando
Esta sina tão ruim.
Choramos o triste fim
Pois meu peito não resiste
Ao lembrar que não existe
Ninguém que chora por mim.
Nós éramos tão felizes
Mas ela foi de repente,
Nos deixando de presente
A triste recordação,
Por isso meu coração
Chora triste, se revolta
Sabendo que ela não volta
Nunca... Nunca mais... Violão.
*
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Página publicada em julho de 2021
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